sábado, 9 de dezembro de 2017

Artista tira férias? 

Não farei retrospectiva do ano, antecipada a mensagens natalinas, nem agradecimento às pessoas que  incentivaram  meu trabalho diretamente, sendo fundamentais, fazendo parte deste universo sensível. Cito com reconhecimento, aquelas clientes da Brink atelier, que me procuram quando precisam de um presente especial, e aquelas  que continuaram me prestigiaram   (depois que virei escritora)  com a presença  no cotidiano, eventos e Feiras,  ou enviaram mensagens de entusiasmo. Além destes, sem citar nomes, refiro  o fundamental auxilio na publicação da obra mais recente; Janelas para o Mar. Estas pessoas queridas, atenciosas, amigos, familiares, admiradores,  não são  publico induzido pela indústria midiática que fabrica artistas, financia suas obras, coroa alguns talentos, e também descobrem vocações; são meus apoiadores, incentivando a artista fecunda, não motivada pelo lucro.
Mais me   encanta a criação do que a obra publicada. Este foi pra mim, um ano também fecundo, como minha mente aguçada que não sossega ao embalo de uma rede, e a luz iluminando  minhas ideias, não se apaga qual a chama de uma vela.  
Tenho toque nas mãos quando não estão desenhando, digitando, pintando, fazendo arte ...  As vezes,  ainda sinto falta de ter perto minha menina, criança,  enleando os fios de seda entre meus dedos quando afago  seus cabelos.  E fico feliz vendo-a linda, mulher livre, que me abraça  sem perder o ar de menina.
A paz esta comigo, a plenitude me encontra  passeando   de mãos com meu par, eterno companheiro, presente em todas as horas.  Visito e recebo  familiares e  verdadeiros amigos em meu lar, o coração é grande, a casa é pequena, só cabe pessoas  humildes que se curvam  na passagem da toca de um coelho.

Na rua, um mundo a parte, ando protegida numa bolha de cristal, não impenetrável, mas filtrando  energias.  Meu carro, deixo na garagem, não perco tempo procurando vaga em estacionamento rotativo. Esta sou eu, e um pouco de todas as mulheres, soberana em meu universo, metamorfoseada em alguns aspectos, mantendo o DNA de fêmea  transgênica ,  reforçando  a coragem da  fera  mansa, que só ataca pra se defender. 






Minha homenagem, aqui neste espaço reservado ao universo feminino,  à um dos poucos  músicos, compositores geniais,  brasileiramente  lindo, que sempre enalteceu  a mulher, merecendo estar aqui. Cantou a paixão emocionada, urgente, visceral, sem vaidades, profundo, simples, elevado, nunca referindo-se a mulher de forma leviana, como objeto de prazer. Este, é o principal autor   da trilha sonora da minha vida, no radio do carro, rodando no vinil  me enchendo  de música , também cantada com as meninas do coral, em Cachoeirinha, vendo as estrelas e horas passarem sem pressa, sentadas  na escadaria da Caixa Estadual. Final dos anos 70, até  qui, apos mais de trinta anos, continuamos cantando juntas, nas trilhas da vida. 
























segunda-feira, 23 de outubro de 2017

       
           A ARTE QUE SALVA OU ALIENA 


          

Mais indignada do que triste 


A corrupção normalmente praticada por políticos e comparsas me choca, não por ser praticada, mas por ser passivamente aceita, justificada e apoiada pelo povo, defendendo seus representantes canalhas. Inimigos de investigações e processos apurando crimes, fraudes, corrupção; são inimigos da ordem e progresso.
Estando muitos cidadãos e eleitores, preocupados com seus umbigos e benefícios que perderam ou almejam, sendo apontados pelo dedão de quem indica sem critérios, muitas vezes, o eleitor é traído por descumprimento de promessas propagadas em campanhas.
Onde não prevalece a moral, ética, direitos e justiça, o caos se instaura.
Nossos últimos presidentes, foram maus exemplos aos jovens e crianças. Aquelas de índole perversa, ou mal orientados, sem perspectivas nem amparo da sociedade e da família destorcem valores, são jogados nos braços do trafico e violência. Sentindo-se culpada, a sociedade complacente trata o crime de jovens e menores como rebeldia de criança que precisa de atenção. Tão perdida quanto eles, esta a Maria do Rosário e todos que defendem abrandamento de penas, destorcem a justiça, condenando vitimas e familiares ao consolo da fatalidade.
Pegar armas, comandar chacinas, realizar assaltos, tirar vidas por diversão e banalidade, esta se tornando rotineiro. A morte anda de carro roubado ou de ônibus, senta ao nosso lado, frequenta bailes, esbarra em quem escorrega na pista de dança, tropeça nas calçadas, tomam cerveja nos bares em que nossos filhos frequentam.
Depois de tudo dominado, corruptos em Brasília, a máfia comandando, dificilmente a virtude se levanta. Pessoas de bem, sem empregos, direitos nem amparo perderão a dignidade. Poucos empregos e dinheiro em mãos erradas, perverte a mente humana. Sem oportunidades, facilmente prostituirão nossos jovens, explorarão as crianças, jogarão ao descaso os idosos e pessoas improdutivas serão marginalizadas. Sem freios nem direção, caminha a humanidade. Me pergunto se a arte não é o remédio que me salva, ou veneno que aliena.


EM MEU UNIVERSO AS MULHERES SÃO SEMPRE MENINAS 

Tem estrelas que despontam na escuridão do medo, e  tem brilho nos olhos da criança que inspira.
Tem luar em noites claras, verdades em que creio e luz que me ilumina. 
Tem a chama que não se apaga, o calor que me afaga nos braços do aconchego. Tem alegria,  lamento, tem a brisa varrendo os pampas  lá fora  e poesia aqui dentro.





ENTRE O INFINITO E AS HORAS 

O tic tac do tempo não muda a rima, nem escuta nossos reclames. Ele passa sem ir embora, não tem corda que o prenda.
A menina logo cresce, antes que a brisa  desfaça suas tranças. Soltou-se  o laço de fitas que enfeitava seus cabelos, se enroscou no galho de pessegueiro, sem arrancar-lhe a esperança. Em flores,  pomares  exalam cheiros e aromas, lembrando   o sabor do fruto.
No reflexo de um lago, a menina se vê mulher madura, mas  sabeque no mundo encantado, será sempre criança.  


































segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

                      NA SOCIEDADE MACHISTA, 

QUALQUER ESCOLHA MENOS  SUBMISSA SERÁ  SEMPRE CRITICADA  










                         JESS - RAP MACHISMO (AUTORAL)


Dona senhora, senhores  preconceito; 

Não tenho  ideia da realidade  destas garotas, do meio em que foram criadas, das oportunidades , desafios, escolhas...
Mas sei que serão sempre criticadas por não deixarem que lhes arranquem  a alegria cravejada  na alma e carregarem  o símbolo da cruz.






Se forem inteligentes, tiverem capacidade e força de vontade, fazendo boas escolhas, dedicarem-se  a uma profissão, ainda assim;   serão alvo de  preconceito.
Se tiverem oportunidade de conhecer nos bailes funk ou longe da comunidade algum jovem de atitude que se encante por elas e cativem seus corações, pelo bom caráter, dignidade,demonstrando capacidade  de amar  verdadeiramente, com respeitando, e decidirem ficar  juntos, tendo uma vida feliz, vencendo desafios, batalhando, prosperando...  Ainda assim lindas meninas do funk vocês serão   sempre criticadas, da mesma forma que  aquelas meninas da escola particular que gostam de rebolar nas festas. 
Quando  voltarem as comunidades, preteridos e mulheres  ressentidas  ao enxergar-las bem vestidas, dirigindo seus carros... ( coisa pouca, mas suficiente para causar inveja a quem julga pelas aparências ) dirão que são piranhas, traíras.... Mesmo estando ao lado  de pessoas incríveis, só os nobres de caráter são capazes de reconhecer    o valor dos outros.
O preconceito alimenta o desprezo, subestima  capacidades. Mesmo que estas meninas  se tornem   mulheres bem sucedidas, nunca deixarão de enfrentar  preconceitos. 
As menos  esclarecidas , mais  vulneráveis e carentes, alimentam  falsas ilusão de igualdade, sendo  objetivadas  no gozo  de  uma liberdade benéfica aos  machistas   que lhes tem como propriedade ou mera diversão.  Descartáveis, consideram-se liberadas, fazendo sucessíveis escolhas equivocadas, pois a liberdade sem igualdade, não existe. Não havendo respeito , a relação  homem- mulher torna-se  eterna disputa.  
A união estável  e matrimonio  é considerada  salvação daquelas que não tem capacidade de determinação. Para algumas mulheres independentes e feministas, a união estável representa  cárcere. Um absurdo considerado  que a liberdade de qualquer pessoa  não esta  atrelada ao estado civil, mas á personalidade forte que não permite tornar-se submissa.  
O preconceito  tenta menosprezar e desmerecer o comportamento  evoluído de homens libertos, subestimando  relações saldáveis para que o poder não lhes  escape. 
Numa sucessiva escadaria desconstruindo a auto estima, se confirmará  na posse, desrespeitando o individualismo, elevada-se a opressão,  agressões verbais, descambando para violência  podendo chegar  a extremos.  
Acredito que a grande maioria dos homens não ultrapassam os primeiros degraus da degradação daquilo que considero um amor genuíno,   sendo  favorável  a liberação feminina exercida  da forma aprazível,   de acordo com expectativas  individuais, vivenciadas   com  sabedoria e  plenitude. 
Nenhuma mulher  de sensibilidade apurada que cultua o sagrado feminino,  se presta  a qualquer  situação que a   desvalorize  e todas tem uma Deusa dentro de si, merecendo serem tratadas como tal. Evitar pisar no  primeiro degrau  da escada que eleva as mulheres  ao  alto para depois serem empurradas a um precipício, é uma forma inteligente de enaltecer o universo feminino;  fazendo  valer a luta de muitas mulheres que abriram espaço para  que tenhamos voz.     


Denize Domingos





Dança ritualística, Teatro Renascença, anos 90,, numero solo, Denize Domingos 

Sagrado Feminino, uma trajetória   de muito trabalho contando com a   colaboração do meu companheiro, familiares minhas mestras  e  seguidores. Desejo a todas as mulheres de todas as raças, povos e classes sócias que  consigam  conquistarem  seu espaço sagrado.

Baladi, ritmo árabe de compasso 4/4. Em árabe baladi significa meu povo, minha terra, terra natal, meu país, urbano, minha cidade, ou seja, tudo que tenha relação com as origens. 
A interpretação deste ritmo, é executado  por  bailarinas de forma improvisada; requer ousadia e presença de palco,devolvendo  instantaneamente os  estímulos da plateia.  
Uma resposta emotiva e corporal imediata, integrada com harmonia   e leveza, estabelecendo diálogos tribais, num local sagrado,  palco considerado  templo da arte, onde a bailarina  conquista  o  respeito   da plateia sendo  observada como uma sacerdotisa. 









                           Arabic rhythms baladi music for bellydance