quarta-feira, 19 de novembro de 2014


Alinhavando Pensamentos 


...e conhecendo gravatai atravez das lendas

Quando alinhavo pensamentos, me  enrosco nas massarocas dos  fios que vou tecendo. Como uma aranha, presa na própria teia,  me perco   nas histórias ou me encontro  dentro delas. Só sei que faço parte desse mundo inventado. Sou um pedacinho   desta imensa colcha de retalhos costurada dia a dia. Queria que ela fosse alegre, colorida e grande o suficiente para agasalhar o mundo inteiro. 








Negras sombras 

A Mucama do solar dos Bina 

Aqui na aldeia dos anjos em época de negras sombras, alguns escravos serviram a bons senhores, também tiveram apoio de solidários abolicionistas.Mas a pele escura marcou-lhes mais que o ferro em brasa, com o símbolo de seus  poderosos senhores.  Os amores vividos pelos  negros em senzalas, a eles não pertenciam. Só a dor permanecia em seus peitos, quando eram afastados das tristes escravas. Também arrancavam de seus braços as pequenas cativas crianças, para as mães amamentarem  os filhos brancos, nascidos nas casas grandes. No porão do antigo solar dos bina, onde abrigavam os escravos, conta-se que em noites tão escuras quanto a pele do mais puro descendente africano, escuta-se a triste cantiga de uma gentil mucama que ninava uma linda sinhazinha chorona. A escrava teve seu filho vendido a um capataz de longe, para ela  cuidar da menina chorona. A criança tinha fortes dores de barriga por que o leite branco da mucama negra, azedou. Ficou salgado como as lagrimas vertidas de seus tristes olhos, deslizando em seu rosto, caindo sobre seus peitos, sugados pela pequena sinhazinha, enquanto ouvia tristes canções de ninar.





 A canção da sinhazinha

Foi simbora o capataz 
Carregando um fio meu

Sinhazinha num sabia  
meu leite num era seu.

Liberdade, io num tem
Esperança, se perdeu.

Noite quente, 
fica fria 
se não embalo fio meu.

Io não durmo
Io só choro
Choro com a sinhazinha.

Coitadinha num sabia
O leite num era seu. 

Preto velho 
mãe Maria 
traz um dia 
fio meu

Faiz  capataz devolve ele pra mim.

Denize Domingos 


                                    Luiz Gonzaga 

                                                              Assum preto




domingo, 9 de novembro de 2014

ALINHAVANDO    PENSAMENTOS  

... e autografando na feira do Livro,  sábado dia 08, usando  o vestido que eu fiz, com babados  e rendas, na fabrica de fantasias.  




Hoje,  não tenho vontade de escrever sequer  uma dedicatória ou pregar um botão.  As vezes , não consigo  costurar  panos   nem alinhavar pensamentos, porque  quebra  a agulha ou  arrebenta a  linha. Para quem  gosta de criar  histórias  ponto a ponto, isso é pior do que espetar o dedo.